quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Limites


Limites


Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de nossos progenitores...

...e com o esforço de abolirmos os abusos do passado...

...somos os pais mais dedicados e compreensivos

mas, por outro lado...

...os mais bobos e inseguros que já houve na história.


O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas, e mais “poderosas” que nunca!


Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um extremo ao outro.


Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais...
... e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.


Os últimos que tivemos medo dos pais....
...e os primeiros que tememos os filhos.


Os últimos que cresceram sob o mando dos pais...
E os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.


E, o que é pior...
...os últimos que respeitamos nossos pais...
(ÀS vezes sem escolhas...)
...e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.


À medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudou de forma radical...


...para o bem
e para o mal.



Com efeito, antes se considerava um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens, e os tratavam com o devido respeito.

E bons filhos, as crianças que eram formais, e veneravam seus pais, mas à medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo...


...hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco o respeitem.

E são os filhos, quem agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.

E que além disso, que patrocinem no que necessitarem para tal fim.


Quer dizer ;
os papéis se inverteram.

Agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para “ganhá-los” e não o inverso como no passado.

Isto explica o esforço que fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos e “darem tudo”
a seus filhos.


Dizem que os extremos se atraem.....
Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais...

...a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo...
aos nos verem tão débeis e perdidos como eles.



Os filhos precisam perceber que durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes
capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter...
... e de guiá-los, enquanto não sabem para onde vão...

É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.


Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.


Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando - os...

...e não atrás, carregando - os e rendidos às suas vontades.


Os limites
abrigam o indivíduo.

Com amor ilimitado
e profundo respeito.


Mônica Monastério
( Madrid-Espanha )